quarta-feira, 27 de outubro de 2010

107T - Tucuruvi

Na hora de passar na catraca tinha um rapaz revezando entre dois bilhetes únicos que pareciam não funcionar, ele gentilmente cedeu a vez pra mim depois de eu ter lançado um olhar “e aí mermão, ou fode ou sai de cima!”
Passei feliz e fiquei curtindo meu fone de ouvido, tentando esvaziar a cabeça.
Depois de uns 5 minutos minha paz foi interrompida por uma cena mais que bizarra:

O motorista tinha parado o busão para, literalmente, socar e chutar o rapaz do bilhete único.
E pasmem, para apartar a briga: uma moça com bebê no colo e uma senhorinha.

Eu não entendi nada. Não sei o motivo, justificativa ou o que for.

Esta sem dúvida entra pro hall das bizarrices!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

107P Pinheiros

Hoje, 7hrs.
Entro no ônibus e agradeço por encontrar um lugar pra ficar sem ninguem encostando em mim (estou desenvolvendo uma espécie de sociopatia).

Na "alegria" matinal, vou sobrevivendo com o meu fone de ouvido. Até que eu ouço um zum zum zum.. e me pergunto: "mas que merda é essa?"
Com a minha curiosidade felina, eu não resisto e resolvo conferir o que afinal é aquele zum zum zum. E pra minha surpresa, não é que tá rolando o maior Funk no busão!!! Às sete da manhã!!!!

Quem Deus? Quem tem disposição pra "funka" no ônibus às 7hrs?

Dá vontade de surtar: Ei, alguém aqui pediu pra ouvir funk?
Não né.. não vejo ninguem aqui com disposição pra dançar um funk!
Então, faça o favor de colocar o fone de ouvido e "funka" sozinho!

Dúvida: Sabe aqueles relógios que desligam tv? Será que funcionam com celular também?

sábado, 18 de setembro de 2010

701T - J. Paulo IV

Uma artimanha para conseguir lidar com o transporte público é o fone de ouvido. Uma tentativa de me isolar daquele ambiente. E o que acontece quando você esquece ele?
Pois é!
A audição é ingrata. Se vc não quer ver, você fecha os olhos. Se não quer cheirar, você tapa o nariz. E se não quer ouvir? Mesmo tapando o ouvindo, você consegue ouvir!

Entrei no ônibus, sentei na frente. Na praça 14 Bis entra uma gordinha que logo se acomoda perto do motorista, espera ele fechar a porta e pisar no acelerador pra lançar “Ei Motô, posso descer pela frente?”
De onde eu sentada observava, consegui sentir o mau humor do motorista. “Dona, isso você tem que pedir pro cobrador”. Daí veio a pérola “MAS EU SOU GORDA, não passo na catraca. Não adianta pedir pro cobrador!”
Não satisfeita, ela ainda disse mais algumas coisas sobre ser pobre, não ter dinheiro e tirou da bolsa um papel pra mostrar pro motorista, dizendo: “Olha, meu aluguel tá atrasado. Não tenho dinheiro”

Moral da história: Essa não tem moral!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ano 2005 – Metro Linha Azul (São Joaquim – Carandirú)

Em 2005 eu era um zumbi. Acordava as 5hrs, dormia a meia noite. Estágio (de 8hrs) e facul.
A última aula de sexta-feira geralmente era trocada por uma pizza com meu grupo de TCC em um lugar que apelidamos carinhosamente de cabelo. Já que toda pizza vinha com um souvenir do cozinheiro. Um charme de lugar!
Em uma destas sextas, na volta pra casa de metro sou agraciada por um ser que senta do meu lado. Gordão, meia idade, cara de contador ou de outra profissão que mexe com números. Um segundo depois dele ter sentado do meu lado subiu aquele cheiro de pinga curtida.
Na hora pensei: La vem encrenca!

De rabo de olho eu percebia que o cara não tirava o olho de mim. Olhava sem piscar, sem parar. Eu comecei a ficar incomodada, depois irritada.. depois puta. E o cara continuava a olhar.
Quando eu já estava a ponto de me levantar (não tinha outro lugar pra eu sentar e eu estava só o pó da rabiola, ou seja, pra eu querer levantar era porque o cara tava me irritando mesmo), o gordão vira e diz:

- Por que uma moça tão bonita como você não sorri?

Por que será? Será porque depois de uma semana sendo zumbi, comendo mal, cansada de transito, recebendo uma porcaria de uma bolsa auxilio de R$ 390,00 eu ainda tenho que aguentar um contador bêbado me amolando? Será? Acho que não né!

domingo, 12 de setembro de 2010

Ano 2008 – Metro Linha Azul (Ana Rosa - Carandirú)

Tá vai eu sei que todo mundo sofre com a vida coletiva. Mas tem pessoas que se estressam infinitamente mais que outras. E eu sou uma delas!

Já deixei bem claro aqui que este lance de bancos reservados me “emputesse”, mas enfim, é o que temos. Não adianta reclamar por algo que definitivamente eu não posso mudar!
Mas Deus, por que Deus? Por que as pessoas não entendem as regras???
Oras, se você tem uma condição especial e por isso o governo; a prefeitura; ou sei lá quem que cuida disso resolveu ceder mais lugares no transporte coletivo pra vocês: USEM ELES!!! E não os bancos normais!

No metrô tem até um vagão inteirinho especial pra eles, e o que eles fazem: Usam os outros!
Veja... Não cabe nem mais um ervilha dentro do metro, mas o mundo desconhece aquela Lei da Física que diz: Dois corpos não ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo. Deviam enfatizar mais este conceito no colégio. (Fica a dica!)

Estava eu, umas 19hrs de um dia de semana sofrendo quase um processo industrial de prensagem de atum. Nestes momentos, eu procuro mentalizar coisas boas. Sabe.. porque pior do que aquilo não pode ficar. Mas fica!

Eis que na São Bento ou na Luz, quando já não cabe mais nem um anão dentro do vagão eu ouço um grunido que vem da plataforma:
Vamo dá licença que tem criança com mãe no colo!
Meu primeiro pensamento foi “Tá de palhaçada, né!? Aqui não cabe nem mais um f.d.p.”, mas no segundo seguinte eu pensei “Nossa, tem alguma coisa errada com esta frase”.
Como o vagão tava lotado e não tinha o que fazer, as pessoas continuaram no mesmo lugar. E a criatura não satisfeita se manifestou de novo:
Vamo gente, criança com mãe no colo!
Aí a minha ficha caiu! Além do animal estar no vagão errado, porque tem um vagão pra mães e crianças, ele não sabe nem dizer uma frase que tenha lógica! Realmente seria esperar demais que ele soubesse que há um vagão especial.

Moral da História: Sabe, não custa nada pensar!

sábado, 14 de agosto de 2010

Ano 2010 - 107P Pinheiros

Entro no ônibus e tá lotado!
Novidade, né?
Seguro na barra (que chama balaustre – anote aí) e sinto uma coisa na minha mão. Mas juro, imaginei que no meio daquele ônibus lotado, deveria ser a bolsa de alguém relando na minha mão.
Acontece que aquilo tava esquisito e eu resolvi dar uma espiada no que exatamente estava encostando na minha mão.
Pra minha surpresa, era um velhinho que estava “fazendo carinho” na minha mão. Ahn ???
Sim, isso mesmo!
Já pensei: “Nossa, eu mereço!”
Duas moças que estavam sentadas atrás dele estavam rindo loucamente. O que me fez concluir que o velhinho devia estar causando há um certo tempo no ônibus.
Mudei a mão de barra e tentei me enfiar num cantinho distante do velho maluco sem sucesso.
Daí eu percebi que ele estava levantando e pensei... manooooo, se eu não sair de perto agora, com certeza vai sobrar pra mim!
E num movimento ninja consegui me enfiar num cantinho longe do biruta. Mas fiquei de olho nele né, pra não ser surpreendida depois.
Pois não é que o velhinho me tira um frasco do bolso e começa a borrifar um líquido (misterioso) em todo mundo que estava perto dele.
Ufa.... essa foi por pouco!

Moral da história: Sempre desconfie dos velhinhos!

Figura 2

Tá, e agora? O que passa pela sua cabeça quando você vê isso?

A pessoa tira da bolsa um pacotinho.
Desembrulha o pacotinho. E tira um gravetinho do embrulho.
Pega o graveto e enfia na orelha. Dá uma coçadinha.
Põem o graveto de volta no embrulho, o embrulho no pacote e o pacote na bolsa.

Hun ???????
(Figura avistada por Debora Carvalheira)

Ano 2010 - 107T Cidade Universitária

Aproximadamente 12hrs da minha semana eu passo dentro de um ônibus desta linha. E algo que realmente me incomoda é o fato das pessoas não compreenderam a dinâmica dos bancos reservados.
Sabe, caso as pessoas não saibam, nem todos os bancos da frente são reservados!!!!!
E os reservados são SÓ os que tem as cores diferentes e o adesivo!
E digo mais: no futuro você vai precisar ter algum problema pra poder ir sentado, porque cada vez mais existem bancos reservados!

Estou eu (num mau humor do cão) sentada num banco da frente, um banco NÃO RESERVADO. E nos assentos RESERVADOS estão pessoas “não especiais” e que por direito devem ceder seus lugares caso pessoas “especiais” apareçam.

No meio do caminho entra uma senhora. Não uma “senhorinha judiera”, uma senhora bem apanhada até! Com um corte chanel moderno, toda loira com penduricalhos dourados. Que vira pra mim e diz com um arzinho cínico:
- Minha filha, você tá gestante?
Olha, eu tava de mau humor indo pro trabalho com cólica menstrual.. eu não precisava ouvir aquilo. Eu já tava pagando meus pecados.

Pensei “Ai meu Deus, dai-me paciência!”. Como eu vou responder pra esta senhora sem ser grossa?
Me levantei e disse:
- Eu vou ceder meu lugar pra senhora por educação, mas não que eu deva, viu?!
A petulante ainda me desafiou:
- Ah é, e por que?
- Porque este banco não é reservado.
- Quem disse? Ela me retrucou, de novo!
Nessa hora eu quase sai do corpo!! Surtei.
- Porque este banco não é especial. Como a senhora pode ver, ele não é colorido e não tem adesivo algum. Diferente destes outros que são coloridos e tem adesivos. Estas pessoas que estão sentadas nesses bancos devem ceder o lugar delas pra senhora, não eu!

Daí rolou A REVOLUÇÃO no ônibus.

O povo se sentiu ofendido pelo meu comentário, foi todo mundo levantando. Uns dizendo que era um absurdo, outros oferecendo o lugar pra senhora, a senhora reclamando que eu era grossa (como se ela fosse uma lady, né).
Agora, sabe o que é o pior? A danada desceu 3 pontos depois!

Como o meu dia pode começar bem assim???

Moral da história: Na próxima: eu “estou” gestante!

Figura 1

O que você pensa quando entra no ônibus às 7:15 de uma quarta-feira e se depara com a seguinte figura?

Uma senhorinha com aproximadamente 124 anos com os cabelos loiros e comprido, que se veste como uma paquita da Xuxa, usando jaquetinha, saia de prega, meia calça, bota, xuquinha no cabelo, com uma maquiagem bizarra e pra completar uma coroa na cabeça. Sim, uma coroa na cabeça!!!

a) Talvez eu possa ser esquizofrênica!
b) Eu odeio as quartas-feiras!
c) Saia de prega não fica bem em ninguém mesmo!

Ano 2008 - 177C Vila Madalena

Sábado, umas 14hrs.Desci perto no Memorial da Am. Latina e ao invés de atravessar na faixa, achei que valia mais a pena atravessar pela ilha.
Tava com o mp3 no ouvido e um moleque apóia a mão no meu ombro e vem dizendo algumas coisas que eu não entendo porque o fone está muito alto.
Sem me importar muito, continuo andando e respondo:
- Não, meu... não tenho nada!
Aparentemente isso não significou nada pro moleque que continuou andando do meu lado e fazendo uma cara feia. Então pensei “Pô, alguma coisa deve estar errada, melhor eu tirar o fone da orelha e entender o que está acontecendo”. Para minha surpresa eu ouço:
- Passa o rádio, passa logo que eu vou te matar!!!!
Ele não ia me matar coisíssima nenhuma, mas.. ah, melhor não arriscar, né?!
Com uma serenidade que surgiu do além, eu abro a bolsa, tiro o mp3 e dou na mão dele. E como resposta vem:
- Passa o celular também!
- Ah, não! O celular não! Ele é velho e você não vai fazer nada de útil com ele!
Ele ainda insistiu de novo:
- Passa o celular!
- Já disse que não!
Então bem educado, ele agradeceu (por que um ladrão te agradece?):
- Valeu, tia.
Olha, eu tava PUTA! Eu tive uma dificuldade imensa pra enfiar aquelas musicas no mp3. Ia ter que comprar outro e ter de novo todo o trabalho de pôr as mesmas musicas lá. Mas ok, eu conseguia lidar com isso. Mas me agradecer e me chamar de tia. Ah não, isso não! Era muita palhaçada!
Olhei pra trás e ele estava há uns 5 passos de mim e pensei “Isso não vai ficar assim não”.
Corri até ele e o puxei pela camiseta, num golpe ninja peguei meu mp3 da mão dele e disse algo que não me lembro ao certo, mas foi mais ou menos assim:
- Me devolve isso daqui, seu pirralho! Não tem nem tamanho pra assaltar!
Ele ficou tão sem reação que saiu correndo. Pra ser sincera, eu também! Porque era bem provável que alguém estivesse filmando a gente.
Foi até uma cena bem ridícula, cada um saiu correndo pra um lado!
Mas esta é a história de como eu assaltei o meu assaltante!

Moral da história: As vezes agradecer pode ser ofensivo!

Ano 2003 Linha 2127 – Liberdade

Eu e mais duas amigas estávamos indo para a Liberdade. Entramos no ponto da Av Guilherme e sentamos nos bancos de trás. Tinha um baiano-bêbado-tarado causando... falando um monte de bosta! Baixaria pesada!

O cobrador tentava dar umas prensas nele, mas bêbado é foda, vira macho-valente!

Lá no Largo da Concórdia entra uma cambada de boliviano, cheio de sacolas, quinquilharias e filhos (dois filhos pra cada meio adulto). Um dos bolivianos cismou que queria sentar do lado do bêbado tarado. Mas o cara tava sentado meio jogado, nos dois assentos.

O que o boliviano tinha na cabeça, eu não faço idéia. Só sei que ele insistia com o bêbado que queria sentar do lado dele de qualquer jeito.

E o bêbado-valente dizia:

- Tem tantos lugares, senta em outro! Ou então, vai sentar no meu colo!
O cobrador tentou apartar, afinal tinham outros lugares vagos. Mas não, o bolivia insistia.

Nem o bêbado acreditava em tamanha insistência.

Daí, quando a situação não poderia ficar pior, o boliviano se estressou de tanto pedir e sentou no colo do bêbado.

A gente não acreditava naquilo, era surreal!!!!! Nem o bêbado acreditava! O boliviano sentado no colo do bêbado!

Ele ficou por lá até descer no Terminal Pedro II. E o bêbado gritando:

- Quer dar pra mim! Quer dar pra mim! Tá sentado no meu colo porque?
S-U-R-R-E-A-L...

Moral da história: Não desafie um boliviano, você pode acabar com ele no seu colo!

Considerações iniciais

A senso de coletividade ou a falta dele pode ser ofensivo.
A ignorância é uma dádiva.
E eu creio que um dia serei recompensada por tudo que já passei!