terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ano 2005 – Metro Linha Azul (São Joaquim – Carandirú)

Em 2005 eu era um zumbi. Acordava as 5hrs, dormia a meia noite. Estágio (de 8hrs) e facul.
A última aula de sexta-feira geralmente era trocada por uma pizza com meu grupo de TCC em um lugar que apelidamos carinhosamente de cabelo. Já que toda pizza vinha com um souvenir do cozinheiro. Um charme de lugar!
Em uma destas sextas, na volta pra casa de metro sou agraciada por um ser que senta do meu lado. Gordão, meia idade, cara de contador ou de outra profissão que mexe com números. Um segundo depois dele ter sentado do meu lado subiu aquele cheiro de pinga curtida.
Na hora pensei: La vem encrenca!

De rabo de olho eu percebia que o cara não tirava o olho de mim. Olhava sem piscar, sem parar. Eu comecei a ficar incomodada, depois irritada.. depois puta. E o cara continuava a olhar.
Quando eu já estava a ponto de me levantar (não tinha outro lugar pra eu sentar e eu estava só o pó da rabiola, ou seja, pra eu querer levantar era porque o cara tava me irritando mesmo), o gordão vira e diz:

- Por que uma moça tão bonita como você não sorri?

Por que será? Será porque depois de uma semana sendo zumbi, comendo mal, cansada de transito, recebendo uma porcaria de uma bolsa auxilio de R$ 390,00 eu ainda tenho que aguentar um contador bêbado me amolando? Será? Acho que não né!

Um comentário:

  1. É o que eu sempre digo:
    O estagiário é um ser híbrido, como um grifo.
    Ele, quando interessa para o chefe, tem a inteligência de um homem culto e quando interessa ele tem a força e o raciocínio de um jumento de carga.
    Geralmente é assim: para resolver problemas complexos que o chefe arruma, o estagiário é bom mas no entanto também tem que receber um salário ridículo e carregar caixas ou fazer qualquer função esdruxula na empresa...

    Ps: ser mulher é phoda hein?! kkk

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