sexta-feira, 24 de setembro de 2010

107P Pinheiros

Hoje, 7hrs.
Entro no ônibus e agradeço por encontrar um lugar pra ficar sem ninguem encostando em mim (estou desenvolvendo uma espécie de sociopatia).

Na "alegria" matinal, vou sobrevivendo com o meu fone de ouvido. Até que eu ouço um zum zum zum.. e me pergunto: "mas que merda é essa?"
Com a minha curiosidade felina, eu não resisto e resolvo conferir o que afinal é aquele zum zum zum. E pra minha surpresa, não é que tá rolando o maior Funk no busão!!! Às sete da manhã!!!!

Quem Deus? Quem tem disposição pra "funka" no ônibus às 7hrs?

Dá vontade de surtar: Ei, alguém aqui pediu pra ouvir funk?
Não né.. não vejo ninguem aqui com disposição pra dançar um funk!
Então, faça o favor de colocar o fone de ouvido e "funka" sozinho!

Dúvida: Sabe aqueles relógios que desligam tv? Será que funcionam com celular também?

sábado, 18 de setembro de 2010

701T - J. Paulo IV

Uma artimanha para conseguir lidar com o transporte público é o fone de ouvido. Uma tentativa de me isolar daquele ambiente. E o que acontece quando você esquece ele?
Pois é!
A audição é ingrata. Se vc não quer ver, você fecha os olhos. Se não quer cheirar, você tapa o nariz. E se não quer ouvir? Mesmo tapando o ouvindo, você consegue ouvir!

Entrei no ônibus, sentei na frente. Na praça 14 Bis entra uma gordinha que logo se acomoda perto do motorista, espera ele fechar a porta e pisar no acelerador pra lançar “Ei Motô, posso descer pela frente?”
De onde eu sentada observava, consegui sentir o mau humor do motorista. “Dona, isso você tem que pedir pro cobrador”. Daí veio a pérola “MAS EU SOU GORDA, não passo na catraca. Não adianta pedir pro cobrador!”
Não satisfeita, ela ainda disse mais algumas coisas sobre ser pobre, não ter dinheiro e tirou da bolsa um papel pra mostrar pro motorista, dizendo: “Olha, meu aluguel tá atrasado. Não tenho dinheiro”

Moral da história: Essa não tem moral!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ano 2005 – Metro Linha Azul (São Joaquim – Carandirú)

Em 2005 eu era um zumbi. Acordava as 5hrs, dormia a meia noite. Estágio (de 8hrs) e facul.
A última aula de sexta-feira geralmente era trocada por uma pizza com meu grupo de TCC em um lugar que apelidamos carinhosamente de cabelo. Já que toda pizza vinha com um souvenir do cozinheiro. Um charme de lugar!
Em uma destas sextas, na volta pra casa de metro sou agraciada por um ser que senta do meu lado. Gordão, meia idade, cara de contador ou de outra profissão que mexe com números. Um segundo depois dele ter sentado do meu lado subiu aquele cheiro de pinga curtida.
Na hora pensei: La vem encrenca!

De rabo de olho eu percebia que o cara não tirava o olho de mim. Olhava sem piscar, sem parar. Eu comecei a ficar incomodada, depois irritada.. depois puta. E o cara continuava a olhar.
Quando eu já estava a ponto de me levantar (não tinha outro lugar pra eu sentar e eu estava só o pó da rabiola, ou seja, pra eu querer levantar era porque o cara tava me irritando mesmo), o gordão vira e diz:

- Por que uma moça tão bonita como você não sorri?

Por que será? Será porque depois de uma semana sendo zumbi, comendo mal, cansada de transito, recebendo uma porcaria de uma bolsa auxilio de R$ 390,00 eu ainda tenho que aguentar um contador bêbado me amolando? Será? Acho que não né!

domingo, 12 de setembro de 2010

Ano 2008 – Metro Linha Azul (Ana Rosa - Carandirú)

Tá vai eu sei que todo mundo sofre com a vida coletiva. Mas tem pessoas que se estressam infinitamente mais que outras. E eu sou uma delas!

Já deixei bem claro aqui que este lance de bancos reservados me “emputesse”, mas enfim, é o que temos. Não adianta reclamar por algo que definitivamente eu não posso mudar!
Mas Deus, por que Deus? Por que as pessoas não entendem as regras???
Oras, se você tem uma condição especial e por isso o governo; a prefeitura; ou sei lá quem que cuida disso resolveu ceder mais lugares no transporte coletivo pra vocês: USEM ELES!!! E não os bancos normais!

No metrô tem até um vagão inteirinho especial pra eles, e o que eles fazem: Usam os outros!
Veja... Não cabe nem mais um ervilha dentro do metro, mas o mundo desconhece aquela Lei da Física que diz: Dois corpos não ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo. Deviam enfatizar mais este conceito no colégio. (Fica a dica!)

Estava eu, umas 19hrs de um dia de semana sofrendo quase um processo industrial de prensagem de atum. Nestes momentos, eu procuro mentalizar coisas boas. Sabe.. porque pior do que aquilo não pode ficar. Mas fica!

Eis que na São Bento ou na Luz, quando já não cabe mais nem um anão dentro do vagão eu ouço um grunido que vem da plataforma:
Vamo dá licença que tem criança com mãe no colo!
Meu primeiro pensamento foi “Tá de palhaçada, né!? Aqui não cabe nem mais um f.d.p.”, mas no segundo seguinte eu pensei “Nossa, tem alguma coisa errada com esta frase”.
Como o vagão tava lotado e não tinha o que fazer, as pessoas continuaram no mesmo lugar. E a criatura não satisfeita se manifestou de novo:
Vamo gente, criança com mãe no colo!
Aí a minha ficha caiu! Além do animal estar no vagão errado, porque tem um vagão pra mães e crianças, ele não sabe nem dizer uma frase que tenha lógica! Realmente seria esperar demais que ele soubesse que há um vagão especial.

Moral da História: Sabe, não custa nada pensar!