sábado, 14 de agosto de 2010

Ano 2008 - 177C Vila Madalena

Sábado, umas 14hrs.Desci perto no Memorial da Am. Latina e ao invés de atravessar na faixa, achei que valia mais a pena atravessar pela ilha.
Tava com o mp3 no ouvido e um moleque apóia a mão no meu ombro e vem dizendo algumas coisas que eu não entendo porque o fone está muito alto.
Sem me importar muito, continuo andando e respondo:
- Não, meu... não tenho nada!
Aparentemente isso não significou nada pro moleque que continuou andando do meu lado e fazendo uma cara feia. Então pensei “Pô, alguma coisa deve estar errada, melhor eu tirar o fone da orelha e entender o que está acontecendo”. Para minha surpresa eu ouço:
- Passa o rádio, passa logo que eu vou te matar!!!!
Ele não ia me matar coisíssima nenhuma, mas.. ah, melhor não arriscar, né?!
Com uma serenidade que surgiu do além, eu abro a bolsa, tiro o mp3 e dou na mão dele. E como resposta vem:
- Passa o celular também!
- Ah, não! O celular não! Ele é velho e você não vai fazer nada de útil com ele!
Ele ainda insistiu de novo:
- Passa o celular!
- Já disse que não!
Então bem educado, ele agradeceu (por que um ladrão te agradece?):
- Valeu, tia.
Olha, eu tava PUTA! Eu tive uma dificuldade imensa pra enfiar aquelas musicas no mp3. Ia ter que comprar outro e ter de novo todo o trabalho de pôr as mesmas musicas lá. Mas ok, eu conseguia lidar com isso. Mas me agradecer e me chamar de tia. Ah não, isso não! Era muita palhaçada!
Olhei pra trás e ele estava há uns 5 passos de mim e pensei “Isso não vai ficar assim não”.
Corri até ele e o puxei pela camiseta, num golpe ninja peguei meu mp3 da mão dele e disse algo que não me lembro ao certo, mas foi mais ou menos assim:
- Me devolve isso daqui, seu pirralho! Não tem nem tamanho pra assaltar!
Ele ficou tão sem reação que saiu correndo. Pra ser sincera, eu também! Porque era bem provável que alguém estivesse filmando a gente.
Foi até uma cena bem ridícula, cada um saiu correndo pra um lado!
Mas esta é a história de como eu assaltei o meu assaltante!

Moral da história: As vezes agradecer pode ser ofensivo!

Um comentário:

  1. Moral da história 2:
    Nunca chame uma mulher no alto dos seus 20 e poucos anos de "TIA".

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